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Call of duty 3

Call of duty 3

guerra

Call of Duty 3, traz novamente um jogo baseado na segunda guerra mundial, colocando o jogador como um coadjuvante na grande guerra. Pequenas mudanças na jogabilidade indicam o caminho de evolução para a série, embora não tragam nada essencialmente novo para o gênero. Mas a ênfase na ambientação e os scripts bem-executados, garantem o lugar do título como um dos melhores jogos de guerra disponíveis para o PS2.

 

Guerra de franquias

 

Muitos argumentam que o mercado de jogos de guerra já está saturado há pelo menos dois ou três anos. Mesmo assim, o fluxo de jogos com esse tema continua, e não dá sinais de diminuir tão cedo.

 

As guerras são provavelmente o tema mais recorrente nos jogos de consoles e PC's. O grande número de títulos disponíveis cria o problema da escolha: como saber quais títulos valem a pena ou não? Quais são jogos verdadeiramente bons e quais apenas se aproveitam do apelo do tema para vender um jogo tecnicamente fraco? É complicado fazer uma opção por um novo jogo considerando o número existente de títulos.

 

Mas também existem vantagens decorrentes desse número enorme de lançamentos. Como a concorrência é grande, os desenvolvedores são obrigados a procurar nichos específicos para seus jogos, se especializando em subgêneros, dentro do grande gênero “jogos de guerra”. Franquias estabelecidas como Medal of Honor, Battlefield e Brothers in Arms pertencem ao gênero “jogo de guerra”, mas apresentam diferenças consideráveis na sua jogabilidade, o que faz com que cada uma ocupe um sub-gênero diferente.

 

Apesar das perdas, todos foram heróis

 

Em Call of Duty 3 (COD3), estamos novamente na Segunda Guerra tentando liberar a França, que se encontra sob domínio do Eixo. Jogos sobre o “dia D”, são os mais abundantes no gênero guerra, e foi um passo ousado retomar novamente o mesmo tema batido.

 

A diferença em COD3 é que há uma aproximação mais realista do que foi a guerra em 1944. Parece que com a volta freqüente ao mesmo tema, alguns desenvolvedores estão conseguindo explorar cada vez mais aquele período histórico, e eventualmente surge algo novo nos jogos.

 

Em COD3 foram enfatizados pontos pouco abordados usualmente, como a participação dos canadenses e poloneses na libertação da Normandia. Também existe uma presença muito marcante dos Ingleses e da Resistência Francesa, normalmente negligenciados em favor dos Ianques. Está presente até mesmo o proverbial desdém das tropas americanas pelos franceses, vistos como covardes ao “permitir” a invasão de seu país. Isso aparece nos comentários e diálogos e ajuda bastante na recriação histórica que o jogo pretende apresentar.

 

Mantenha a calma, soldado: ela é essencial para não enlouquecer

 

O foco da história muda, portanto, de “a história de um super-soldado” para “a história de um grupo de soldados comuns”, e isso faz toda diferença no modo de jogar. A abordagem dos inimigos é mais cautelosa em Call of Duty 3, sendo uma atitude inteligente se agrupar com seus companheiros e esperar a oportunidade certa para atacar os inimigos ou invadir uma casa. Existem momentos específicos para ser ousado, onde seu grupo realmente espera que você entre e faça “a limpa” sozinho. Mas são raros, e é bom prestar atenção nas ordens de seu superior sobre quando é o momento certo para avançar.

 

A ênfase do enredo na participação dos outros países também aparece na jogabilidade, sendo que você fará parte de diferentes tropas ao longo do jogo e jogará como quatro soldados diferentes. A experiência fica um pouco fragmentada por causa disso, já que você não chega a desenvolver uma ligação estreita com o soldado que está controlando. Mas é compreensível, dentro do objetivo do jogo de mostrar que a guerra foi vencida por muitos, e não por um pequeno grupo de heróis.

 

O único porém que realmente irrita e pode prejudicar muito alguns jogadores é a maneira como a inteligência artificial (IA) de seus companheiros foi configurada: eles simplesmente não conseguem evitar de entrar na sua linha de tiro. É completamente impossível não atirar neles, pois muitas vezes eles entram na sua frente quando você já estava com o inimigo na mira e atirando pra matar. Assim, quando o seu comandante der ordens de avançar, aproveite e siga em frente antes de todos os outros. É a única maneira de garantir que você vai conseguir matar os inimigos.

 

Esse pequeno problema da IA, entretanto, é benéfico para jogadores não muito familiarizados com o estilo de Call of Duty, pois permite que o jogador aguarde pra ver o que acontece, enquanto os companheiros tomam a iniciativa de partir em frente. Como o problema depende muito do estilo do jogador, seria bom que houvesse uma opção para ajustar a IA do jogo, de “agressiva” a “cautelosa” por exemplo. Isso resolveria muitos problemas.

 

Como seus companheiros fazem tudo pra você, também é recomendável jogar do nível normal pra cima, mesmo para jogadores novos na série. O nível easy se reserva aos jogadores mais jovens ou inseguros no gênero de tiro em primeira pessoa.

 

A Segunda Grande Guerra de uma perspectiva extraordinária

 

Os controles respondem de forma perfeita, como em toda a série. Algumas pequenas mudanças foram introduzidas, visando melhorar a imersão no jogo; ações como plantar bombas acontecem através de mini-games muito rápidos, que envolvem apertar botões e movimentos dos analógicos. Isso também se aplica a ações como remar em um bote ou reposicionar uma artilharia anti-tanque.

 

Outras alteração evidente é a introdução de batalhas corpo a corpo: em algumas situações o inimigo literalmente pula em cima de você, sendo que você luta através de comandos que aparecem na tela. Depois de duas ou três vezes se torna chato e nada surpreendente, mas ajuda a diversificar a experiência de jogo.

 

Também a fim de melhorar a sensação de se estar jogando um filme, não existe uma barra de energia ou HP; quando você toma uma quantidade sobre-humana de dano, você simplesmente morre. Isso normalmente significa 4 ou 5 tiros em sequência, no modo normal. Embora não exista uma barra de energia visível, o jogo avisa quando você está prestes a cair, sugerindo que você “procure se proteger” (take cover). A tela do jogo também muda, restringindo seu campo visual e alterando sua percepção dos sons ambientes. Funciona muito bem, e parece um bom padrão a ser adotado nos próximos jogos da série.

 

Finalmente, uma das alterações que mais chama a atenção é que agora é possível dirigir livremente os jipes, pois antes eles andavam “sobre trilhos”, seguindo um caminho predefinido. Sua missão é só dirigir o jipe, enquanto seus companheiros tratam de eliminar os inimigos, mas mesmo assim é complicado controlar o veículo, principalmente quando você erra o caminho e precisa dar ré. A ação fica rápida demais para o jogador médio responder adequadamente ao que acontece na tela, e acaba se tornando uma questão de tentativa e erro, onde você precisa decorar o caminho pra cumprir a missão.

 

A soma de todos esses fatores ajuda definitivamente a melhorar a experiência de jogo, e traz algo de diferente à jogabilidade conhecida de Call of Duty. Nenhuma das adições é inovadora, mas conta pontos para os desenvolvedores, por pelo menos experimentarem coisas diferentes em uma fraquia que pode ficar velha muito rápido.

 

Uma visão diferente da guerra

 

Os gráficos de Call of Duty 3 são os mais bonitos já apresentados na série. Certamente não se comparam com as versões PC ou Xbox 360, mas são espetaculares para o PS2. Os cenários de COD3 não são extremamente variados, mas são muito fiéis ao que se espera de uma Normandia devastada pela guerra. Em alguns momentos é possível se deslumbrar com o jogo, como quando você entra em uma catedral semi-destruída, ou quando você termina de subir uma colina e vê a guerra se estendendo da sua frente até o horizonte, com grupos de inimigos em movimentos e explosões por todos os lados. Depois de tantos jogos que usam o Dia D como tema e a França como cenário é difícil surpreender o jogador, mas COD3 apresenta seus mapas e unidades com muita competência.

 

As cenas entre as fases são bem construídas, com soldados cansados e conflitos emocionais, que transparecem nas expressões faciais e nos seus movimentos. As explosões levantam tanta poeira e detritos que você fica praticamente cego por alguns segundos, sem saber pra onde ir. Tiros cruzam a tela e prestando atenção, é possível mesmo ver no cano da sua arma o brilho causado pelos tiros que o seu companheiro do lado está disparando. O avanço das placas gráficas e a capacidade dos consoles da nova geração com certeza devem significar um avanço na jogabilidade de títulos como Call of Duty, que dependem tanto desses pequenos detalhes.

 

O desenvolvimento dos cenários também é muito bom. Basta olhar em volta para saber pra onde ir. As construções são bem-detalhadas, o que ajuda na orientação quando você está sob fogo cerrado e procurando proteção. As barreiras existentes (sacos de areia, buracos balísticos, pedaços de paredes, veículos destruídos, etc.) nunca parecem artificiais, como se fossem escudos propositais para desviar os tiros inimigos. Tudo é verossímil em COD3 e é possível sentir-se na guerra em grande parte do tempo.

 

E o rufar dos tambores ecoou no campo de batalha

 

Mas boa parte do mérito da ambientação vem da parte sonora do jogo. A trilha procura fugir da monotonia das marchas militares e se adapta de acordo com o que você deve fazer na missão. Algumas missões começam com ordens de seu comandante para seguir em silêncio e evitar combate, e são acompanhadas por ótimas músicas, que lembram os filmes de missões militares sigilosas da década de 60 e 70. Do mesmo modo, missões de invasão e ataque com tanques ou armamento pesado, são acompanhadas por trilhas agitadas com batidas graves e constantes. As músicas não são apenas pano de fundo, como em vários outros jogos, mas ajudam a compor as situações vividas pelo seu personagem.

 

Os efeitos sonoros são típicos de um jogo de guerra, com o devido ajuste para a experiência de Call of Duty; a artilharia e granadas que caem próximas de você continuam ensurdecedoras, ainda é possível localizar os inimigos apenas pelo som de seus tiros e dificilmente o cenário fica silencioso. Todos os sons de armas são adequados e passam a sensação de impacto dos tiros. A experiência mais próxima no PS2 provavelmente é do jogo Black, que também apresentava efeitos muito bons.

 

Todos os diálogos são falados e as vozes são bem interpretadas. Elas são muito importantes em COD3, pois nunca foi tão necessário ouvir o que seu comandante diz. Através de suas ordens é possível saber quando avançar, quando os inimigos estão mortos e quando é preciso recuar. Falha em reconhecer as ordens normalmente vai te colocar em apuros. Algumas vozes são canastronas, com testosterona demais, mas felizmente não parecem destoar do espírito do jogo.

 

É comum acontecer do seu comandante ser interrompido por um bombardeio, enquanto dava as ordens para o próximo cenário; você será então colocado imediatamente no meio da ação, sem saber o que fazer. A sensação genuína de desnorteamento, do soldado que é pego de surpresa e tem que juntar forças pra manter o foco é muito difícil de ser alcançada em jogos, e Call of Duty faz isso com maestria.

 

Uma observação importante para nós brasileiros, é que o jogo sofre muitos problemas em televisores sem som estéreo. De acordo com a posição do seu personagem em relação à fonte de som, pode acontecer de você não ouvir som nenhum. COD3 é preparado para Dolby Surround Pro Logic II, e o que você vai ou não ouvir no jogo depende muito da capacidade do seu aparelho processar som multi-direcional.

 

Missão cumprida, o inimigo foi abatido

 

Call of Duty 3 é uma adição honrosa à série, mostrando que é possível introduzir mudanças em algo que já deu certo antes. Embora a jogabilidade seja conhecida, cumpre bem a missão de colocar o jogador na pele de um soldado comum, perdido em meio ao tiroteio e tentando cumprir sua missão da melhor forma possível. Esperamos que os próximos jogos consigam completar a evolução do gênero, aproveitando da capacidade dos aparelhos de nova geração.